segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O mau uso da Internet e suas implicações.


A Internet está consagrada como meio de comunicação indispensável para empresas de qualquer porte e seguimento, é sem dúvida alguma uma ferramenta indispensável que traz agilidade aos processos corporativos e que pode aumentar consideravelmente a competitividade perante o mercado. Porém, se mal implementado, ou seja, disponibilizado sem controle e segurança, o acesso à Internet pode trazer sérios riscos e prejuízos às empresas, dentre os quais cito:

a)Problemas jurídicos:

Pelo artigo 241 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) quem provê (no caso, o empresário) meios que de alguma forma viabilizem o acesso a conteúdo relacionado a pedofilia comete crime e pode ser condenado a prisão.

b)Danos à imagem e reputação:

O que é pior que descobrir que o nome da empresa está sujo no mercado sem ter feito nada para isso? Pois é, esse é um risco que as empresas correm quando não se protegem do roubo de informações confidencias, imagine só o tamanho do desastre causado à reputação de uma loja virtual que tem as sua base de clientes roubada e divulgada na Internet, pior ainda quando isso é divulgado pela imprensa. Pode ser o fim o de qualquer negócio.

c)Pirataria:

Como mencionado no item “a”, o empregador é co-responsável pelos atos de seus prepostos e também responde por crime de direito autoral quando a conexão for utilizada para propagar conteúdo sem autorização e/ou permissão de seus autores.

O uso indiscriminado de redes P2P pode acarretar sérios problemas jurídicos à empresa, afinal, grande parte do que é transferido com o uso deste tipo de solução goza de proteção autoral que impede a livre transferência.

Pesquisa da BSA (Business Software Alliance) relata que 41% de todos os softwares que estão instalados em todos os PCs espalhados pelo mundo são pirateados (12 de Maio de 2009).

Detalhe, pirataria também é um problema que pode ser tratado na esfera judicial, já que também é crime previsto em lei.

d)Perda de produtividade:

Muitos funcionários da empresa podem estar acessando conteúdos que servem apenas a interesses pessoais e/ou que nada acrescentam a suas atividades profissionais. Recreação pela Internet, através de vídeos, músicas, jogos, entre outros, pode tornar o acesso à Internet em algo ineficaz para a execução de atividades profissionais.

Segundo o Qualibest quase 90% das pessoas usam internet do trabalho para fins pessoais, já os dados deste ano do Ibope/NetRatings indicam que o local de trabalho é o terceiro mais usado para acesso à internet no Brasil, depois das residências e dos locais públicos, para finalizar, o último estudo realizado pelo salary.com aponta que um funcionário pode desperdiçar entre 1 hora e 24 minutos até 2 horas e 6 minutos, ou seja, 1 dia por semana é desperdiçado com acesso a conteúdo para fins pessoais.

Em outro estudo realizado pela Universidade de Melbourne na Austrália verificou-se que 20 minutos de acesso livre por dia pode aumentar a produtividade dos funcionários.

Agora quem garante que serão apenas 20 minutos? E mais, quem garante que durante esse tempo o acesso à WEB se dará em conformidade com as diretrizes de boas práticas instituídas pela empresa?

O único jeito de garantir é usar uma solução que permita ao administrador estabelecer políticas de uso por usuário, grupo de usuários ou para todos os usuários por horário.

e)Ataques involuntários:

Outro problema que as empresas podem enfrentar é o de, sem perceber, colaborarem com “bot nets” que são redes formadas por máquinas “zumbis” e que tem o propósito nefasto de promover ataques de DDoS (negação de serviço), com o objetivo de derrubar outros servidores conectados a rede.

Ao navegar pela web ou ler um e-mail, um usuário, vítima de engenharia social pode inadvertidamente clicar em um link que aparentemente tem uma função que lhe interessa, mas que mascara a sua real finalidade, que é propagar códigos maliciosos como malwares, por exemplo, que se instalam na máquina e permitem ao seu criador assumir remotamente o controle da máquina para a execução de ações criminosas.

Em uma eventual investigação para saber quem realizou o ataque ao alvo, imagine só qual IP vai ser identificado? Garanto que não será o de quem criou o malware.

85% dos malwares – vírus, spywares e outros códigos maliciosos – que contaminam ambientes computacionais corporativos provêm da web e são baixados, na grande maioria dos casos, involuntariamente.

A favor das empresas existem diversas soluções que podem garantir o uso seguro e produtivo da Internet em ambientes corporativos, permitindo ao gestor de TI estabelecer políticas de acesso que estejam alinhadas as regras de negócio de cada empresa bem como aferir a utilização através de relatórios, gráficos e estatísticas que podem determinar quem acessou, quando acessou e o conteúdo acessado.

Dispor de uma boa solução para gerir o uso da Internet em uma empresa pode ser determinante para livrar seus sócios de uma condenação, já que em casos de acesso a conteúdo relacionado à pedofilia as autoridades chegam a quem responde pela conexão, agora, se a empresa não tiver como disponibilizar um relatório com os acessos efetuados, quem fatalmente vai responder pelo crime são os sócios da empresa.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O inacabamento do ser e o senso de coletividade

A educação com um todo tem o caráter de mobilidade social, independente de seu regime ou sistema. Paulo Freire nos propõe uma nova abordagem educacional, em que usa a teoria em uma luta para a transformação não só educacional em nosso país, porém, de toda uma sociedade. O autor desmistifica a figura do professor absoluto cujo domínio sobre seus aprendizes se baseia na propriedade ilusória do saber como um trunfo a ser usado na disciplina e no controle. A partir da realidade de seus educandos; podemos dizer que o senso de coletividade, torna-se uma sugestão de grande proficuidade para a contemporaneidade.
“Nada, o avanço da ciência e ou da tecnologia, pode legitimar uma “ordem” desordeira. Em que só as minorias do poder esbanjam e gozam enquanto às maiorias em dificuldades até para sobreviver se diz que a realidade é assim mesmo. ”(FREIRE, 1996, P. 101)
O autor se refere ao ego autófilo dos tecnocratas e cientistas antiéticos que impõem uma primeira consciência coletiva do saber absoluto sem medir as conseqüências para as gerações futuras. É preciso ter autoconhecimento para lidar com as mudanças sociais para então inseri-las no contexto do saber histórico verdadeiras.
 A partir do aprofundamento  nos estudos da diversidade cultural dos brasileiros. Baseado nessa complexidade sócio cultural, oriundo de miscigenação das raças que aqui se estabeleceram como pátria adotiva foi que Paulo Freire desenvolveu teorias sobre a necessidade vital do aprendizado contínuo do ser humano para se adaptar às adversidades de uma sociedade cujos costumes se sobrepõem às normas e as leis.
 A história da humanidade foi construída num cenário de dominação das elites.  O homem das classes desfavorecidas, não tinha direito a reclamar, bem como não  havia  a quem recorrer. Sem voz e sem força, o povo oprimido era tratado pela elite brasileira, apenas como trabalhadores braçais, instrumentos para o   fortalecimento do capitalismo.
Havia uma luta desigual, onde as camadas populares eram usadas como massas de manobra, por aqueles que colocavam os interesses individuais acima dos interesses coletivos. A ordem e o desenvolvimento social segundo Paulo, são otimizados, quando haver um fortalecimento da educação, não apenas empírica, mas também a educação da autoconsciência, do autoconhecimento.
“Aqui chegamos ao ponto que talvez devêssemos ter partido. O do inacabamento do ser ou sua inconclusão é próprio da experiência vital.” (FREIRE, 1996, P. 50)
Defender, com toda clareza que o ser humano está permanentemente, moldando sua personalidade independente da fase de sua vida. A vida requer nesse caso um aprendizado contínuo, portanto tão vital quanto o ar que respire.
A tomada de consciência de que somos seres inacabados e que esse inacabamento nos compele a absorver o conhecimento, que transformará nossa realidade e a realidade de nossa comunidade, consequentemente, incluindo o ser coletivo no círculo virtuoso do aprendizado contínuo. É preciso respeitar o educando e suas opiniões e trabalhar para que ele construa suas opiniões em bases sólidas. E ter sempre em mente que mudar sempre é e será possível desde que tenhamos comprometimento.